Quem não tem uma peça de roupa que nunca usou, ou usou apenas uma vez, que atire a primeira pedra. Uma pesquisa encontrou a impressionante média de 31 itens, por pessoa, que nunca saíram do guarda-roupa, enquanto apenas 30% da seleção de artigos de vestuário que cada um compra realmente são usados com frequência.
A indústria da moda atualmente representa uma das cadeias produtivas com maior número de descartes dentre todos os setores, com a maioria de sua produção anual terminando em aterros sanitários. Pesquisas estimam que entre 100 milhões de toneladas de roupas e calçados confeccionados anualmente, 92 milhões serão jogados fora no mesmo ano, o equivalente a um caminhão coletor de dejetos por segundo.
Quando pensamos no vestuário infantil, o ciclo de vida das peças é ainda mais curto, enquanto o consumo aumenta em relação aos adultos. Isso porque uma criança, nos seus primeiros dois anos de vida, cresce em média 25 centímetros, passando por 7 tamanhos diferentes, o que culmina em aproximadamente 183 milhões de peças infantis sendo jogadas fora todos os anos.
Além do aproveitamento abaixo do possível por parte dos consumidores, esse tipo de manufatura se organiza de forma danosa aos recursos naturais também no início da cadeia produtiva, sendo a fabricação de roupas e calçados uma das maiores responsáveis pelas águas residuais e pela emissão de gases de efeito estufa atualmente.
Foi pensando nesses aspectos que o debate público procurou formas de mitigar impactos e transformar como produzimos, consumimos e descartamos nossas roupas.
Esse conjunto de medidas se convencionou chamar de moda circular, um modelo de produção e consumo mais conscientes que busca minimizar o desperdício e prolongar a vida útil das roupas. Ao invés do jeito tradicional de “consumir e descartar”, a moda circular foca em comprar com assertividade, comprar de segunda mão, reutilizar, revender e transformar itens ao máximo.
A difusão do termo acompanhou também, na última década, a popularização de uma das etapas desse ciclo em específico, o comprar de segunda mão, que antes era visto com desdém, mas virou tendência e a demanda pelo second hand não para de crescer. Pesquisas afirmam que em torno de 66% dos jovens da geração Z dizem dar preferência a itens seminovos quando fazem uma compra.
Preços mais acessíveis, roupas mais duráveis e preocupação com o consumo e descarte desenfreados são algumas das razões para as quais o mercado da moda circular crescerá até 6x mais rápido que o varejo tradicional, atingindo a impressionante marca de 350 bilhões de dólares americanos circulados até 2027.
O Brasil, um dos maiores produtores da indústria têxtil global, aderiu amplamente à moda circular. O guarda-roupa dos brasileiros pode passar da composição de 12% de roupas adquiridas como semi-novas para 20%, movimentando em média 24 bilhões de reais até o final de 2025 no nosso país. Como tentativa de acompanhar os clientes, a quantidade de estabelecimentos que vendem usados também cresceu de forma rápida; no Brasil, as lojas desse tipo aumentaram em torno de 31% nos últimos 5 anos.
Contudo, a alta demanda por brechós deixa aberta a oportunidade para a expansão desse mercado, se tornando uma opção não somente viável como benéfica para quem procura empreender no ramo da moda circular.
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